Durante cerimônia para assinatura do contrato de ampliação da frota naval da Petrobras e Transpetro, em Rio Grande (RS), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta segunda-feira (24), que não usou tornozeleira eletrônica quando foi preso, em 2018, porque não é “pombo-correio”.
“Quero que vocês saibam que eu não troco a minha dignidade pela minha liberdade. Eu não vou pôr minha tornozeleira porque não sou pombo-correio e não vou para minha casa porque não é prisão”, afirmou.
Essa declaração ocorre três dias após o ex-ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, enviar um ofício à Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitando que o ex-presidente Jair Bolsonaro seja obrigado a usar o dispositivo.
No documento, Pimenta pede “providências urgentes” da PGR para que seja determinada a “imposição de medida cautelar de monitoramento eletrônico” a Bolsonaro.
Bolsonaro teve seu passaporte retido por uma decisão judicial, o que o impede de sair do Brasil legalmente. Na semana passada, ele, juntamente com outras 33 pessoas, foi formalmente denunciado pela PGR, sob acusação de tentativa de golpe de Estado, entre outros crimes. O caso agora está sendo analisado pelo relator no Supremo Tribunal Federal, ministro Alexandre de Moraes, após a entrega das defesas de todos os envolvidos.
Nesta segunda-feira (24), o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que “não tem motivo” para ser preso e que, caso aconteça, será “mais uma arbitrariedade”.
“Ninguém gosta dela [da prisão] e essa possível prisão, se ocorrer, será por arbitrariedade. Eu costumo dizer: se eu sou tão criminoso assim, por quê não seguiu o devido processo legal? O meu foro não é Brasília, como o do Lula não foi. Se fosse em Brasília seria pelo plenário do Supremo e não por uma turma do Supremo”, declarou o ex-presidente.
Cerimônia
Lula participou da cerimônia de assinatura de contrato da Transpetro, subsidiária da Petrobras, com o consórcio formado pelos estaleiros Rio Grande e Mac Laren, em Rio Grande (RS). O ato visa a aquisição de quatro navios da classe handy, com valor de US$ 69,5 milhões por embarcação, fruto de licitação lançada em julho de 2024, parte do Programa de Renovação e Ampliação de Frota da Petrobras.
Os navios serão utilizados para transporte de derivados de petróleo na costa brasileira. De acordo com a Petrobras, os novos equipamentos irão ampliar a capacidade de atendimento da Transpetro à Petrobras, reduzindo a necessidade de afretamento desse tipo de unidade pela petrolífera.
Dentro da mesma iniciativa, a Petrobras lançou, na semana passada, em evento com o presidente Lula, a licitação para aquisição de oito navios gaseiros. O Programa de Renovação e Ampliação da Frota da estatal faz parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para o desenvolvimento da indústria naval brasileira.