Você sabe como é feito o cálculo da sua conta de energia? Entender a composição da fatura é uma das principais dicas para consumir energia elétrica de forma mais eficiente. Isso porque ao acompanhar o consumo, é possível identificar gastos extras no dia a dia e adotar práticas para economizar, principalmente nesse período de bandeira tarifária vermelha patamar 2, que foi acionada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) devido à baixa nos reservatórios das hidrelétricas. Essa mudança na bandeira representa um valor adicional na conta do consumidor.
O gerente de Serviços Comerciais da Energisa Sul-Sudeste, Dalessandro Luis Mafei, explica que o valor da tarifa é definido pela Aneel, agência responsável pelas regras e fiscalização do setor elétrico no Brasil. “Os processos de reajuste ou revisão tarifária também são determinados pela Aneel, a partir de normas e metodologias bem definidas, sempre olhando para o cenário individual de cada concessionária”, expõe.
De forma simples, é possível separar o sistema de energia em três etapas básicas: geração da energia, transmissão e, por último, a distribuição da energia que chega ao consumidor final (residências, estabelecimentos comerciais e industriais). O total da tarifa considera a soma dos custos desse processo, mais os encargos setoriais, impostos diretos, acréscimos da bandeira tarifária vigente e outros serviços.
“Quando a conta chega ao consumidor em uma fatura única, muitas vezes ele não percebe que já estão embutidos outros valores que compõem a tarifa. Esses valores são arrecadados pela distribuidora, por meio da conta de energia, e repassados diretamente às empresas responsáveis por cada uma dessas fases do processo produtivo da energia”, esclarece Dalessandro.
Detalhamento
Na área de concessão da Energisa Sul-Sudeste, que compreende 82 municípios no interior de São Paulo, sul de Minas Gerais e Guarapuava (PR), somente 17% do valor da conta é repassado para a Energisa. Ou seja, de cada R$ 100 pagos na conta de luz, R$ 17 ficam com a Energisa.
Com esse valor a empresa distribui energia a todos os clientes, paga fornecedores e prestadores de serviço, renova e faz a manutenção da sua frota, mantém e amplia a rede e os sistemas elétricos, garantindo o atendimento 24 horas e 7 dias por semana, além de investir na modernização e melhoria crescente da qualidade dos serviços prestados. Outros 33% vão para a empresa responsável pela geração de energia, enquanto 10% são repassados às transmissoras. Por fim, 40% são para o pagamento de encargos e impostos cobrados pelos governos.
Além de disponibilizar dados sobre o consumo mensal e diário, a conta de energia também apresenta detalhes que ajudam a entender para onde vai o seu dinheiro. Dessa forma, dá para fazer um comparativo da média diária da energia consumida e comparar com os gastos do mês anterior.
Vale lembrar que o valor total da conta pode variar de acordo com o período de leitura, que pode ser entre 27 e 33 dias, informação também disponível na fatura. E para não ter surpresas no final do mês, é importante que a família adote hábitos individuais e coletivos para consumo consciente da energia elétrica.
“Algumas práticas como guardar alimentos quentes na geladeira, sobrecarregar a tomada com vários aparelhos, deixar equipamentos em stand-by, banhos demorados contribuem para aumentar o consumo da energia. Por isso, ressaltamos que é importante que as pessoas adotem um comportamento consciente e assumam o compromisso diário de evitar o desperdício de energia”, enfatiza Dalessandro.
Para ajudar o consumidor a entender a própria conta de maneira bem didática, a Energisa produziu a websérie “O Descomplicador”, com o ator e humorista Paulo Vieira. No vídeo, ele compara a conta de energia a uma pizza fatiada, e detalha o que compreende cada custo descrito na fatura que chega à sua casa. O vídeo está disponível no link https://www.youtube.com/watch?v=rDPEwyPHNzY
Bandeira vermelha
Criado pela Aneel, o sistema de bandeiras tarifárias funciona como uma sinalização para que o consumidor conheça as condições e os custos de geração no país. Quando a produção nas usinas hidrelétricas (energia mais barata) está favorável, aciona-se a bandeira verde, que não tem acréscimos na tarifa. Em condições ruins, podem ser acionadas as seguintes bandeiras: amarela, com acréscimo de R$ 1,874 por 100 kWh; vermelha patamar 1, com aumento de R$ 3,971 por 100 kWh; e vermelha patamar 2, que foi acionada e reajustada no mês de julho, cujo aumento na conta de energia é de R$ 9,492 a cada 100 kWh.
“Estamos vivendo um período crítico com a falta de chuvas e os principais reservatórios do país com os estoques reduzidos. Por isso, os consumidores devem adotar práticas de consumo consciente de energia elétrica para evitar o desperdício, bem como o susto no orçamento no final do mês”, finaliza Dalessandro.