O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta quarta-feira (22), a reabertura gradual da economia no estado a partir do dia 11 de maio. A medida de flexibilização do isolamento social devido ao coronavírus será feita em etapas, com autorizações específicas para cada região do estado, de acordo com o avanço da doença.
O governo não informou quais estabelecimentos poderão voltar a funcionar no dia 11 de maio em cada região do estado. Os detalhes serão divulgados somente no dia 8 de maio.
“Numa pandemia como essa, quem determina os nossos passos são a saúde e a medicina. A saúde e a ciência e assim continuará a partir de 11 de maio, após o término da atual quarentena que vai até 10 de maio. Vamos levar em conta situações locais, regionais e setores que possam retornar a economia com as devidas medidas de proteção”, disse Doria.
O plano de reabertura da economia após a quarentena foi batizado de “Plano São Paulo”. As autorizações para o funcionamento do comércio vão depender da situação específica de cada cidade ou região do estado. “Nós não estamos anunciando que no dia 11 de maio nós não teremos nenhuma quarentena. Teremos o Plano São Paulo, flexível, amparado sempre na ciência, na medicina, nas questões regionais, em dados analíticos e também na economia.”
“Primeiro passo é segmentar os municípios de acordo com a situação da pandemia, capacidade do sistema de saúde. Nós receberemos da Saúde [secretaria] a definição de quais os critérios chave, meta de número de casos, quantidade de leitos, testes para sintomáticos e suspeitos. Aqui, vamos precisar de uma colaboração muito grande do setor privado da testagem massiva em grandes empresas, em grandes ambientes econômicos. Nós trabalharemos em conjunto para que as regiões sejam definidas por níveis de risco. Teremos três níveis de risco: zona vermelha, zona amarela e zona verde. Lembrando que hoje nós temos todas as regiões entre a vermelha e a amarela. Para estar na zona verde, nos precisamos alcançar um baixo número de casos, baixa ocupação de leitos de UTI, testes disponíveis para sintomáticos e suspeitos, e protocolos setoriais implementados”, afirmou ela.
David Uip, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus, disse que vai se basear no crescimento das curvas epidemiológicas para sugerir ao governo as áreas que podem ser reabertas.
“A regionalização é extremamente importante porque o país já é heterogêneo, o estado também e, com isso, a gente precisa ter essa regionalização devido aos fatores críticos em cada uma delas”, afirmou o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann.
De acordo com o vice-governador Rodrigo Garcia, a economia do estado não ficou paralisada durante a quarentena e manteve 74% do seu funcionamento. “São Paulo não parou. Praticamente 74% da economia paulista funciona desde o primeiro dia da quarentena decretada no mês passado. A quarentena permitiu ao estado de São Paulo a preparação da rede de Saúde”, declarou.
A quarentena teve início no dia 24 de março nos 645 municípios do estado. Até as 17h desta terça-feira (21), São Paulo registrava 1.037 mortes pelo novo coronavírus e mais de 14 mil casos confirmados.
Algumas cidades do estado já publicaram decretos municipais para a flexibilização da quarentena e o governador de São Paulo condenou a medida. “Não é prudente, não é conveniente que nenhuma cidade do interior do estado de São Paulo rompa a quarentena antes do dia 10 de maio”, afirmou Doria.