Bragança Paulista recebe premiado solo da dança “Carta para não mandar ou Cantiga interrompida” em apresentação gratuita

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Foto: Itamar Mattos/Divulgação
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No dia 21 de junho, sexta-feira, às 20h, o Centro Cultural Prefeito Jesus Adib Abi Chedid recebe o espetáculo “Carta para não mandar ou Cantiga interrompida”, da Confraria da Dança, com entrada gratuita. Vale destacar que a apresentação contará com recursos de acessibilidade para os públicos surdo e com deficiência auditiva.

A montagem autoral parte das lembranças da bailarina Diane Ichimaru, nos anos de convivência com sua avó, que foi tomada em seus derradeiros anos de vida pela demência e a doença de Parkinson. A sensação de descontrole e fragilidade do próprio corpo e pensamento foram alguns dos disparadores desta criação.

Após 20 anos da estreia deste solo, sua temática permanece em sintonia com o momento atual. Apresenta uma linguagem poética impregnada da teia mestiça de costumes que delineiam a cultura do Brasil, recende a poeira de sótãos e porões, delicados perfumes de jardins de avós. Habita o terreno fértil da memória e do esquecimento, do diálogo interno decorrente do isolamento, do pensamento desordenado, transitório, fragmentário e lacunar.

O Projeto “Confraria da Dança, Repertório em Circulação” é viabilizado pelo EDITAL LPG SP Nº 20/2023 – DIFUSÃO CULTURAL da Secretaria da Cultura, Indústria e Economia Criativas do Governo do Estado de São Paulo. O projeto dinamiza as ações artísticas que a Confraria da Dança desenvolve ininterruptamente desde 1996, possibilitando a circulação de três espetáculos de seu repertório em 18 apresentações por 12 cidades do interior e litoral paulista, contemplando uma diversidade de público, do infanto juvenil ao adulto; além disso, 100% das ações do projeto são gratuitas e contam com recursos de acessibilidade para os públicos surdo e com deficiência auditiva.

Concepção de Carta para não mandar ou Cantiga interrompida

A criação surgiu de um velho vestido herdado da avó da criadora-intérprete. O cheiro de guardado e o balanço da roda do godê despertaram memórias da avó, crocheteira de mão cheia, fazedora de pães, quitutes e compotas, que nos últimos anos foi tomada pela demência e Parkinson.

Essas lembranças do declínio físico e mental da avó inspiraram Diane quase duas décadas após sua morte, iniciando seu processo criativo. O tremor descontrolado das mãos, a fragilidade física e a confusão mental daquela mulher transformaram-se em dança e poesia personificadas na artista.