Petrobras tem demanda para novembro acima da capacidade de produção

A empresa informou que recebeu encomendas acima da sua capacidade de produção, mas que a demanda, que chamou de atípica, pode ser atendida por outros fornecedores.

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Foto: Marcello Casal jr
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A Petrobras informou que recebeu para o mês de novembro pedidos de fornecimento de diesel e gasolina muito acima dos meses anteriores e de sua capacidade de produção. O comunicado da empresa foi publicado após texto divulgado pela Associação das Distribuidoras de Combustíveis (Brasilcom). O texto dizia que o setor comercial da estatal informou “uma série de cortes unilaterais” nos pedidos feitos para compra de gasolina e óleo diesel para novembro.

Segundo a estatal, nos últimos anos, o mercado brasileiro de diesel foi abastecido tanto por sua produção, quanto por importações realizadas por distribuidoras, terceiros e pela companhia, que garantiram o atendimento integral da demanda doméstica. Porém, para novembro a demanda está acima da capacidade da estatal.

“Apenas com muita antecedência, a Petrobras conseguiria se programar para atender essa demanda atípica. Na comparação com novembro de 2019, a demanda dos distribuidores por diesel aumentou 20% e a demanda por gasolina, 10%, representando mais de 100% do mercado brasileiro”, esclareceu a estatal.

A Petrobras também informou que, segundo divulgado no relatório de produção e vendas do segundo trimestre, a companhia operou seu parque de refino, no primeiro semestre, com um fator de utilização (FUT) de 79%, em linha com a média de 2020 e superior ao registrado em 2019 (77%) e 2018 (76%), mesmo considerando as paradas programadas nas refinarias em seis refinarias (Reduc, RPBC, Regap, RLAM, Repar e Revap), que foram postergadas de 2020 para 2021 em função da pandemia. No acumulado até outubro, a companhia está operando com FUT de 90%.

Distribuidores
A Brasilcom sustentou em nota que houve maior demanda pelo diesel no mercado interno, com maiores pedidos para a Petrobras, pois o combustível no mercado externo está mais caro do que o valor praticado no Brasil.

“As reduções promovidas pela Petrobras, em alguns casos chegando a mais de 50% do volume solicitado para compra, colocam o país em situação de potencial desabastecimento, haja vista a impossibilidade de compensar essas reduções de fornecimento por meio de contratos de importação, considerando a diferença atual entre os preços do mercado internacional, que estão em patamares bem superiores aos praticados no Brasil”, alegou a associação.

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), emitiu nota descartando, por enquanto, qualquer possibilidade de desabastecimento de combustíveis no mercado nacional. “Não há indicação de desabastecimento no mercado nacional de combustíveis, nesse momento. A ANP segue realizando o monitoramento da cadeia de abastecimento e adotará, caso necessário, as providências cabíveis para mitigar desvios e reduzir riscos.”

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