O Banco Central (BC) lançou oficialmente a nova cédula de R$ 200 que tem a imagem do lobo-guará. A nota já começará a circular. Serão impressas neste ano 450 milhões de unidades da nova cédula o que representará um montante de R$ 90 bilhões.
Escolhido para estampar as novas cédulas de R$ 200, o lobo-guará ficou em terceiro lugar em pesquisa realizada pelo BC em 2001 para definir os animais com ameaça de extinção que poderiam fazer parte de cédulas. A impressão está a cargo da Casa da Moeda. Por questão de segurança, o BC divulgou apenas nesta quarta-feira a imagem e as características da nota.
De acordo com o BC, a impressão busca atender uma maior demanda por papel moeda, surgida entre a população durante a pandemia do novo coronavírus. É o “entesouramento” de dinheiro em espécie, intensificado pelo medo das pessoas de não terem acesso aos recursos quando quiserem.
Além disso, o pagamento do auxílio emergencial, feito pelo governo, aumentou a necessidade de dinheiro em circulação. Os dados mais recentes do Banco Central mostram que a base monetária estava em R$ 423,675 bilhões no fim de julho. Em fevereiro, antes da pandemia, ela estava em R$ 303,197 bilhões.
Apesar de estar pedindo para a Casa da Moeda imprimir dinheiro novo, o BC vem defendendo que isso não significará aumento da inflação no País. A instituição tem afirmado que, caso a demanda por papel moeda diminua, o montante de cédulas em circulação também poderá cair. No entanto, o BC já deixou claro que a nova nota veio para ficar.
No Supremo Tribunal Federal (STF), há uma arguição de descumprimento de preceito fundamental, ajuizada pelo PSB, pelo Podemos e pela Rede Sustentabilidade, sustentando que o lançamento da nota de R$ 200 é inconstitucional.
Para os partidos, o lançamento da nota tem “grave vício de motivação” e pode facilitar a “atuação da criminalidade”. O BC, por sua vez, tem argumentado que a impressão de uma nota de maior valor não significará um afrouxamento do combate à lavagem de dinheiro.