Governo muda regras, e setor estima que geladeiras mais baratas vão custar R$ 5 mil

Associação de fabricantes de produtos eletroeletrônicos prevê que geladeiras passem a custar de 4 a 6 vezes o salário mínimo nacional

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Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom
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O Ministério de Minas e Energia (MME) publicou neste mês uma resolução que torna mais rígidas as regras para eficiência energética de refrigeradores e congeladores domésticos. A medida prevê a saída dos refrigeradores mais baratos do mercado do país.

De acordo com a Eletros, entidade que representa o setor, essas regras eliminarão cerca de 83% dos refrigeradores vendidos no País – tornando predominante a venda de geladeiras de alto padrão, com preços acima de R$ 5 mil.

“É necessário considerar a realidade brasileira. Infelizmente, com as novas regras, o consumidor de baixa renda será o mais prejudicado e, consequentemente, a indústria e seus colaboradores”, analisou Renato Alves, diretor da Eletros.

A medida, para ele, pode fazer com que centenas de postos de trabalhos se percam nos próximos meses. “Apresentamos ao governo estudos técnicos mostrando este cenário ruim para a economia do País, porém, infelizmente, não foram considerados”, complementou.

O programa

Segundo o ministério, a ideia é retirar gradativamente do mercado os equipamentos de menor eficiência, que oneram o consumidor e o setor elétrico. O programa será feito em duas etapas – a primeira de 2024 a 2025 e a segunda de 2026 a 2027.

Os prazos definidos tem como objetivo permitir que os fabricantes, importadores e comercializadores se adequem aos novos índices. A medida foi publicada pelo MME no último dia 8. 

Com as mudanças nas normas, o ministério estima que cerca de 5,7 milhões de toneladas de gás carbônico deixarão de ser emitidas até 2030. Assim como avalia que a resolução gere uma economia de energia elétrica de 11,2 Terawatthora (TWh) até 2030 – o que equivale a aproximadamente os consumos residenciais anuais de toda região Norte do país (11,5 TWh em 2022), ou do estado de Minas Gerais (13,1 TWh em 2022), pontua o governo.