Anatel faz operação para apreender eletrônicos piratas em depósitos do Mercado Livre, da Amazon e da Shopee

Agência fiscaliza depósitos da Amazon, Shopee e Mercado Livre em seis estados e apreende produtos não homologados; ação integra plano contra a venda de eletrônicos piratas em plataformas online.

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Foto: Divulgação/Anatel
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Drones, celulares e rádios estão entre os produtos apreendidos pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) nesta segunda-feira (26), durante uma operação de fiscalização em depósitos vinculados a plataformas como Mercado Livre, Amazon e Shopee.

A ação ocorreu em seis estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Goiás e Bahia, e contou com a participação de 33 fiscais da agência. O objetivo foi localizar e retirar de circulação equipamentos de telecomunicações comercializados sem a devida homologação da Anatel.

Segundo a agência, a operação integra o Plano de Ação de Combate à Pirataria (PACP), que visa intensificar a repressão à venda de produtos irregulares nos marketplaces. “Apesar dos esforços para o diálogo, é necessário reforçar as ações da Anatel junto a essas plataformas”, afirmou o conselheiro Alexandre Freire, por meio de comunicado.

Desde 2024, a Anatel vem monitorando a internet em busca de anúncios de produtos irregulares, especialmente celulares. A agência solicitou a remoção de diversos anúncios e punição aos responsáveis, mas as vendas persistiram, o que motivou a nova ofensiva.

Locais fiscalizados:

  • São Paulo: depósitos da Amazon (capital) e Mercado Livre (Cajamar);
  • Rio de Janeiro: depósito da Shopee (São João de Meriti);
  • Minas Gerais: depósitos da Shopee (Betim) e Mercado Livre (Contagem);
  • Santa Catarina: depósito do Mercado Livre (Governador Celso Ramos);
  • Goiás: depósito da Shopee (Hidrolândia);
  • Bahia: depósito do Mercado Livre (Lauro de Freitas).

Resposta dos marketplaces

O Mercado Livre afirmou que ainda não recebeu nenhuma penalidade relacionada ao processo de venda de celulares irregulares. A empresa informou que a fiscalização se concentrou em drones e que o processo referente à venda de celulares não homologados está em trâmite desde 2024, no qual é classificada como “empresa conforme” pela própria Anatel.

De acordo com a companhia, foram apreendidos 225 itens no centro de Santa Catarina — um volume que representa apenas 0,004688% dos cerca de 4,8 milhões de produtos armazenados no local.

“A empresa atua de forma proativa para coibir o uso indevido da plataforma e remove anúncios irregulares, podendo banir vendedores reincidentes”, declarou o Mercado Livre. A empresa também questionou a abordagem da Anatel, destacando que tentou o diálogo e que a retirada dos produtos sem verificação pode prejudicar consumidores e comerciantes regulares.

A Amazon, por sua vez, reiterou que segue as normas locais e monitora continuamente os anúncios para evitar a comercialização de itens não homologados. “Exigimos que todos os parceiros comerciais ofertem produtos com as devidas licenças e certificações”, disse a empresa em nota.

A Shopee informou que nenhum item foi apreendido em seus depósitos e que colabora com a Anatel para garantir que apenas produtos regularizados sejam vendidos na plataforma. A empresa tornou obrigatório o código de homologação para a venda de celulares e TV boxes, e afirma tomar medidas quando identifica infrações.

Panorama do mercado

Segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), a comercialização de celulares irregulares no Brasil pode chegar a 5,2 milhões de unidades em 2025, o que representa cerca de 14% do total de vendas previstas no ano.