Edmir Chedid justifica aumento do IPTU e gera polêmica: “Se achar que Bragança não tá bom, vai pra outra cidade”

Em meio às críticas da população, ele afirmou que parte dos moradores estaria sendo influenciada por um "efeito manada" e mencionou que vereadores e políticos da cidade têm recebido ameaças nas redes sociais.

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Foto: Reprodução
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A polêmica em torno do reajuste do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) em Bragança Paulista ganhou um novo capítulo nesta semana. Durante uma entrevista à rádio 102 FM, o prefeito Edmir Chedid fez uma declaração que gerou indignação entre os moradores:

“Se achar que Bragança não está bom, vai pra outra cidade ao redor da nossa, que é tão boa quanto a nossa, mas que tem o mesmo imposto que a nossa.”

A fala ocorreu em meio às crescentes reclamações sobre os aumentos expressivos no imposto, que, segundo relatos de munícipes, ultrapassam 700% em alguns casos. O reajuste tem sido alvo de críticas por parte da população, que se mobiliza nas redes sociais e busca esclarecimentos junto à Prefeitura.

Além da declaração polêmica, Chedid também afirmou que vereadores e funcionários públicos estariam sendo ameaçados por membros de um grupo político. Ele não especificou quais tipos de ameaças teriam ocorrido, mas reforçou que alguns representantes públicos estariam sofrendo pressão direta por conta da insatisfação popular.

Prefeito justifica reajuste e fala em “efeito manada”

Durante a entrevista, o prefeito explicou que 76% dos imóveis construídos na cidade tiveram redução no imposto, e que a revisão da Planta Genérica de Valores (PGV) foi necessária para corrigir distorções no sistema tributário. Segundo ele, havia casos em que imóveis de alto valor pagavam menos IPTU do que propriedades mais simples, tornando a atualização necessária para equilibrar a cobrança.

Chedid também destacou que o IPTU representa aproximadamente 20% da arrecadação municipal, sendo essencial para investimentos em saúde, educação e infraestrutura. Ele argumentou que a polêmica teria sido intensificada pelo chamado “efeito manada”, onde, segundo ele, parte da população estaria sendo influenciada por informações distorcidas e acreditando em aumentos generalizados sem conferir os valores reais no carnê.

No entanto, muitos moradores contestam essa visão, alegando que os aumentos foram reais e que os valores cobrados em 2025 estão muito acima do que era esperado. Além disso, não houve uma ampla divulgação sobre os critérios usados na reavaliação dos imóveis, o que gerou surpresa e indignação para muitos contribuintes.

Reajuste do IPTU gera revolta

Desde o início do ano, moradores de diferentes bairros da cidade têm denunciado aumentos considerados abusivos no IPTU. Segundo informações apuradas, algumas residências que pagavam cerca de R$ 500 de imposto no ano passado receberam boletos superiores a R$ 3.500 para 2025.

A Prefeitura justifica que o reajuste foi baseado em uma reavaliação da Planta Genérica de Valores (PGV), que define o valor venal dos imóveis na cidade. No entanto, muitos cidadãos alegam que o aumento foi aplicado de forma desproporcional e sem um planejamento adequado para suavizar o impacto financeiro nas famílias.

A insatisfação levou a protestos nas redes sociais e até a ameaças de ações judiciais contra a cobrança. Além disso, vereadores da oposição pedem explicações sobre os critérios utilizados no reajuste e estudam medidas para tentar reverter os aumentos mais expressivos.

Fala do prefeito gera repercussão negativa

A declaração do prefeito Edmir Chedid foi vista por muitos como um descaso com as dificuldades enfrentadas pelos moradores. O trecho da entrevista viralizou nas redes sociais, com internautas criticando a postura da administração municipal diante do problema.

“Então quer dizer que, se eu não tiver condições de pagar esse absurdo, a solução é sair da cidade? Isso é um absurdo!”, comentou um morador em uma postagem sobre o caso.

A expectativa é de que a Câmara Municipal discuta o tema nas próximas sessões, enquanto a população segue cobrando explicações e medidas para minimizar o impacto do aumento do IPTU.