Diminuição do furto material, mas aumento do furto moral: Dificuldades de Atibaia e Bragança Paulista na diminuição da lesão corporal dolosa

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Foto: Celso Ricardo
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Bragança Paulista e Atibaia têm queda brusca no número de furtos em 2024, porém há certa dificuldade em diminuir o número de lesão corporal dolosa.

Segundo os dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Bragança Paulista passou de 1.436 para 1.286 casos de furtos registrados, representando uma diminuição de 9,82% no período de janeiro até outubro de 2023 e 2024. Já Atibaia teve uma queda de 1.138 para 1.013 no mesmo período, indicando uma queda de 10,98% no número de casos.

Segundo a Secretaria de Municipal de Segurança e Defesa Civil de Bragança Paulista, essa diminuição se deu em razão do planejamento entre forças de segurança da cidade por meio do Gabinete de Gestão Integrada (GGI). Em Atibaia, além da GGI, houve um aumento no patrulhamento da Guarda Civil Municipal (GCM), além da implementação da Muralha Digital e do Centro de Operações e Inteligência (COI).

“A Prefeitura instalou câmeras de monitoramento nas entradas e saídas da cidade, nas vias mais importantes e em todas as unidades de saúde e escolas municipais. Foram mais de 2 mil câmeras instaladas nos últimos quatro anos, um aumento de mais de 4.000%.”, informou a Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Civil de Atibaia.

Dificuldades em diminuir os casos de lesão corporal

Apesar da diminuição no número de furtos, ambas as cidades apresentam dificuldades em diminuir os casos de lesão corporal dolosa, isto é, quando há intenção de causar dano à saúde ou à integridade física da pessoa.

  • Atibaia: Aumento de 12,25% em 2024 no número de casos de lesão corporal dolosa;
  • Entre janeiro e outubro de 2023 e 2024, em Atibaia, houve um aumento no número de casos registrados quanto ao crime, passando de 408 casos para 458.
  • Bragança Paulista: Diminuição espúria de 1,46% no número de casos de lesão corporal dolosa;
  • Entre janeiro e outubro de 2023 e 2024, em Bragança Paulista, houve uma pequena diminuição de 479 casos registrados para 476.

Na avaliação do Delegado de Bragança Paulista, Sandro Montanari, a questão da lesão corporal não depende necessariamente da Segurança Pública ou do policiamento, e sim de uma postura moral da sociedade.

“Em relação à lesão corporal dolosa, é quando a pessoa briga com outra, acabam se degladiando por aí por vários motivos. É uma questão educacional.”, comentou o delegado.

Porém, o delegado comenta que muitos casos de lesão corporal podem vir inclusive de violência doméstica, especialmente contra a mulher, que vem aumentando no Brasil. “No estado de São Paulo tem aumentado o número de delegacias da mulher justamente para conter esses avanços.”, finalizou.

Em Atibaia, o Secretário de Segurança Pública e Defesa Civil, Rubens Augusto Domingues, argumentou nessa linha: “Acreditamos que os índices de ocorrências de Lesão Corporal estão relacionadas com Violência Doméstica, pois com a divulgação da ampliação da Rede de Proteção da Mulher e divulgação dos trabalhos e empenho das entidades da Segurança Pública em prol da defesa das vítimas de violência doméstica, aumentaram  significativamente as denúncias por parte destas vítimas e a procura pelos meios de combate a este mal que aflige principalmente as mulheres.”

Para mitigar esses avanços de violência contra a mulher, Atibaia aderiu ao projeto “Guardiã Maria da Penha”: Entre os serviços oferecidos estão a Patrulha Maria da Penha, o Centro de Referência da Mulher (CRM) “Dirce Bellingeri”, rodas de conversa, atividades físicas, grupos de apoio e, a ação mais recente, a assinatura do Termo de Cooperação junto ao Ministério Público para a implantação do Projeto “Guardiã Maria da Penha”.

Em Bragança Paulista, o Projeto Guardiã Maria da Penha completou 8 anos em 2024.