O Ministério Público Federal (MPF) de Bragança Paulista determinou a abertura de um inquérito policial, para apurar o caso de vazamento de dados de uma mulher em um grupo privado não oficial com agentes da PRF da região Bragantina.
Conforme apurado pelo G1, além do pedido do MPF, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) abriu uma investigação administrativa para apurar a divulgação dos dados. O grupo do Telegram conta com cerca de 870 membros.
Segundo divulgado pelo G1, o caso ocorreu no dia 19 de abril, quando um usuário não identificado com o nome “Kermit The Frog” enviou um print de WhatsApp ao grupo, pedindo ajuda para localizar o motorista de um carro que teria parado em uma vaga residencial. O print contava com a placa do veículo, e, logo em seguida, um PRF de Atibaia diz ter localizado a suposta condutora.
Os dados encaminhados foram de uma cabeleireira trans, que trabalha em Cerquilho, interior paulista. No print, havia informações como nome completo da mãe, CPF e até número de registro da CNH. Conforme apurado pelo G1, a mulher não tinha relação com o veículo e não tinha conhecimento de que suas informações haviam sido divulgadas dessa forma. Ela abriu um boletim de ocorrência no dia 6 de maio.
Reviravolta e defesa
O PRF envolvido no caso confirmou ao G1 que de fato, a cabeleireira não tinha relações com o veículo, e que tinha os dados pois estava supostamente procurando fraudes em emissão de carteiras. A cabeleireira tinha emitido uma nova CNH após o processo de transição, cerca de seis anos atrás. O agente afirma que não há quaisquer irregularidades no nome da mulher.
Ao G1, o policial diz que tudo não se passava de uma brincadeira com o amigo. A foto já estava no celular, e só aproveitou a deixa. Ele ainda afirma na entrevista que não invadiu o sistema para procurar dados de ninguém.
A Polícia Rodoviária Federal declara estar realizando uma investigação administrativa sobre o caso. Em contrapartida, o procurador da República de Bragança Paulista emitiu um ofício para abertura de uma investigação para apurar se houve crime de violação de sigilo profissional.
Por Iago Seo