Receita Federal faz operação contra sonegação, emissão de notas frias e lavagem em Atibaia

Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, em 4 cidades de SP, entre elas, Atibaia; foram identificadas mais de R$ 4,25 bi em notas fiscais suspeitas

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Foto: Receita Federal
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A Receita Federal, em conjunto com o Ministério Público de São Paulo, deflagrou, na manhã desta terça-feira (18), a Operação “Golden Fat”.  Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Guarulhos, Atibaia e Arujá, e realizados em casas, empresas e escritórios de contabilidade ligados aos investigados.

O objetivo é obter provas adicionais relativas a operações fraudulentas utilizadas para esconder práticas de sonegação fiscal, emissão de duplicatas “frias” e lavagem de dinheiro realizadas por um grupo econômico que controla diversas empresas de fachada, constituídas em nome de interpostas pessoas (“laranjas”).

Entenda

O grupo econômico investigado, que atua no ramo de gordura animal, é suspeito de controlar diversas empresas sem capacidade operacional, cujo quadro societário é composto por “laranjas”, aliciando contadores e representantes comerciais. A organização atuaria como elo entre os fornecedores e as empresas produtoras de biodiesel (adquirentes da gordura animal), simulando transações com o objetivo de gerar créditos indevidos de PIS, Cofins e ICMS, além de reduzir a base de cálculo do Imposto de Renda dos beneficiários finais.

O grupo também seria responsável pela emissão de milhares de notas fiscais e duplicatas “frias” (sem lastro), aplicando golpes em instituições financeiras e/ou Fundos de Investimento de Direito Creditório (FIDCs), que adquiriam os referidos títulos, mas não recebiam os valores devidos.

Foto: Receita Federal

A comissão decorrente de operações simuladas era utilizada na aquisição de bens de luxo, como joias, obras de arte, móveis, roupas de grife, relógios, bolsas, veículos, imóveis e outros, além de aplicações financeiras e viagens internacionais.

Foto: Receita Federal

O nome da operação faz referência aos vultosos ganhos dos integrantes do grupo econômico investigado, que seriam decorrentes de operações simuladas com gordura animal.

Balanço Golden Fat

No âmbito da Operação Golden Fat, os auditores-fiscais da Receita Federal já identificaram, até o momento, a participação de 31 pessoas físicas, dois escritórios de contabilidade e 29 empresas de fachada. Essas empresas emitiram notas fiscais suspeitas de serem inidôneas, entre os anos-calendário de 2015 e 2021, no valor total de R$ 4,25 bilhões, com sonegação fiscal estimada de R$ 903 milhões entre tributos federais e estadual. Nesse período, também foram apuradas aquisições de bens de luxo na ordem de R$ 30 milhões, cujos adquirentes estão sendo objeto de auditoria fiscal.

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