Trisal tenta registrar nomes do pai e das duas mães na certidão dos filhos em Bragança Paulista

Os três eram amigos, mas em uma conversa confessaram um ao outro a paixão e decidiram se unir como um trisal. Agora, a família se prepara para uma disputa na justiça para o direito de registrar a criança no nome dos três.

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Foto: Reprodução
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Família residente em Bragança Paulista, formada por um pai e duas mães tenta conseguir na Justiça o direito de registrar o filho com os nomes dos três. Há três anos juntos, a união enfrentou muitos preconceitos, mas os três continuam lutando pelo seu amor.

Priscila Machado e Marcel Mira estavam juntos há 16 anos em um casamento bem tradicional. Evangélicos, eles tinham uma relação padrão com casamento na igreja e filhos.

Eles eram amigos de Regiane Gabarra, colega de trabalho de Priscila. No aniversário de 15 anos de casamento entre Priscila e Marcel, ela pediu para comemorar com um ménage a trois e pediu ajuda para Regiane, que repreendeu a amiga. Um mês depois, elas acabaram ficando e logo tiveram uma relação a três.

“Eu achava aquele sentimento diferente e foi difícil aceitar para as pessoas o que eu estava vivendo: um amor por duas pessoas. Depois, aprendi que é possível amar os dois, assim como amamos dois irmãos, dois filhos. O coração tem espaço”, contou Priscila ao g1.

A relação foi continuando, mas o casal tinha uma relação difícil para tentar entender o sentimento a três. Contudo, após alguns meses, eles confessaram um ao outro que estavam apaixonados por Regiane.

“A gente passou alguns meses ficando juntos nós três, tentando evitar. Até que eu cheguei em meu marido e disse que amava ele, mas que estava apaixonada por ela. No mesmo momento, ele disse que sim e ela nos confessou que também queria manter o relacionamento com os dois. Foi quando começamos nossa família”, completa.

Há três anos, o trisal mora na mesma casa. Eles compartilham a vida nas redes sociais ‘Trisal Amor Ao Cubo’, onde somam mais de 36 mil seguidores.

Foto: Reprodução

Eles decidiram ter um filho e, para isso, Marcel e Priscila se divorciaram no papel, mesmo morando juntos. Através de inseminação artificial, Regiane ficou grávida de Marcel e agora a luta do trisal é a conquista de um registro que garante que os três são responsáveis pela criança futura.

O trisal conseguiu que a Santa Casa de Bragança Paulista permitisse os dois acompanhantes e agora o único detalhe que falta é o registro da criança.

O poliamor não é reconhecido como entidade familiar pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ou pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Contudo, em 2019, o Conselho Nacional de Justiça assegurou o reconhecimento voluntário da paternidade e maternidade socioafetivas em cartório para registro de filhos com mais de 12 anos. Para crianças com idade abaixo de 11 anos, há necessidade da autorização da Justiça, por ser preciso o consentimento.

Com informações de G1

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