Em 08 de Janeiro de 1928 era fundado um dos clubes mais tradicionais do interior paulista: o Clube Atlético Bragantino.
Alguns dissidentes do Bragança Futebol Clube que não concordavam mais com alguns acontecimentos no time amador acabaram por fundar o Bragantino, que acabou por ser o maior rival do Bragança Futebol Clube na época. Mesmo com uma equipe considerada inferior, o “Massa Bruta” derrotou o Bragança FC e como maneira de homenagear o clube, o presidente do Braga, Cícero Marques, mandou fazer um quadro com a figura do Leão. Desde então ele foi oficializado como mascote do time.
No ano de 1949, o Bragantino participou pela primeira vez de um campeonato profissional e tentou o acesso durante quinze anos até que conseguiu. Já em 1958, assumiu o presidente Nabi Abi Chedid que mais conquistou títulos na história do clube. Em 1965, o Massa Bruta conquistou o Paulista da Segunda Divisão, tendo assim, o acesso à Primeira Divisão estadual, mas acabou sendo rebaixado no de 1966.
Tendo conhecimento da dificuldade que era permanecer na Primeira Divisão do Estadual, a diretoria do Bragantino, tendo como presidente Jesus Abi Chedid com o apoio de seu irmão Nabi Abi Chedid, buscou uma estrutura melhor e em 1988 sagrou-se Campeão da Segunda Divisão do estadual, começava aí uma trajetória de grandes conquistas que colocaram o Massa Bruta no cenário nacional do futebol.
No ano seguinte, o clube disputou o Brasileiro da Série B e conquistou o seu primeiro título nacional, garantindo assim o direito de disputar a Primeira Divisão do Brasileiro com os melhores times do país.
Continuando em uma excelente fase, o Braga sagrou-se Campeão Paulista da Primeira Divisão no ano de 1990!
Esse campeonato contou com 24 equipes que era dividido assim: primeira fase, repescagem, segunda fase e fase final. Na primeira fase do Campeonato Paulista, o Braga fez a seguinte campanha: estreou contra o Botafogo-SP e venceu por 1 a 0, e em seguida, perdeu para o XV de Jaú pelo mesmo placar, o time engatou três vitórias seguidas (2 a 1 diante da Ferroviária, 3 a 1 no Santo André e 2 a 1 no XV de Piracicaba), em seguida empatou em 1 a 1 com o São Bento de Sorocaba. Após ser derrotado por 1 a 0 para a Catanduvense, o Braga voltou a vencer três partidas seguidas (1 a 0 no
Noroeste, 3 a 0 perante a Ponte Preta e 4 a 0 no Juventus).
Nos jogos seguintes, o time não perdeu nenhum jogo para os grandes: o Massa Bruta venceu Portuguesa (2 a 1) e Santos (2 a 0), e empatou com São Paulo (0 a 0), Palmeiras (0 a 0) e Corinthians (1 a 1). Em 23 partidas, foram onze vitórias, seis empates, seis derrotas, 26 gols marcados e 14 sofridos. O Bragantino ficou na terceira posição do Grupo I, atrás apenas de Corinthians e Palmeiras.
Na segunda e decisiva fase passaram 14 times, sendo estes divididos em dois grupos de sete, onde classificaria o melhor de cada grupo. Com o apoio em massa da torcida dentro dos seus domínios, o Braga não perdeu um jogo sequer: 2 a 0 diante do Santos, 2 a 1 no Botafogo/SP, 2 a 0 no Mogi Mirim, 1 a 0 no XV de Jaú; e dois empates (1 a 1 contra o Ituano e 0 a 0 perante o Corinthians).
Nas partidas fora de casa foram três vitórias: 2 a 1 no XV de Jaú, 2 a 0 diante do Ituano e 1 a 0 no Botafogo; dois empates (2 a 2 contra o Corinthians, e 0 a 0 diante do Mogi e perdeu apenas um por 1 a 0, para o Santos.
Após 12 partidas, o Massa Bruta assumiu a liderança do seu grupo com o ataque mais eficiente com 15 gols marcados e a defesa menos vazada com seis gols sofridos, levando-o assim a final do campeonato. Seu adversário seria outro time do interior, o Novorizontino que havia superado Guarani, Palmeiras e Portuguesa. Essa final ficou conhecida como “final caipira”.
No primeiro jogo em Novo Horizonte, os donos da casa saíram na frente com gol de Edson na primeira etapa, já o lateral Gil Baiano empatou no segundo tempo para o Massa Bruta.
Em Bragança, no dia 26 de agosto daquele ano, o estádio estava com sua ocupação total (15 mil torcedores). O jogo foi truncado, o adversário do Braga precisava vencer e aos 21 do segundo tempo Róbson cobrou escanteio e Fernando cabeceou sem chances para o goleiro Marcelo abrindo o placar em 1 a 0, cinco minutos depois, Tiba empatou para o Braga. Era o gol do título de Campeão Paulista. Esse time vitorioso que já havia conquistado o título da Série B do Nacional em 1989 com o então jovem desconhecido Vanderlei Luxemburgo sagrou-se Campeão da Elite Paulista!
Neste mesmo ano, o clube cedeu seis jogadores para a Seleção Brasileira: Gil Baiano, Mauro Silva, Mazinho, Alberto, João Santos e Sílvio.
Em 1991, a base do time campeão foi mantida, mas Luxemburgo acabou saindo do Massa Bruta. Porém, o presidente Nabi Abi Chedid, trouxe para o cargo outro desconhecido do cenário nacional, Carlos Alberto Parreira, que acabara de chegar dos Emirados Árabes. As glórias do clube continuaram e o Braga foi Vice-Campeão da Primeira Divisão do Brasileiro em uma final disputada com o São Paulo Futebol Clube, conquistando assim, o direito de disputar uma competição internacional, a Copa Conmebol, e também sendo convidado por alguns países para jogos amistosos. Diante da ótima temporada no comando do Bragantino, o técnico Carlos Alberto Parreira foi para a Seleção Brasileira e acabou conquistando a Copa do Mundo de 1994 nos Estados Unidos.
Em 1992, o Massa Bruta estreava na Conmebol diante do Grêmio/RS, no primeiro jogo empate de 2 a 2 e no segundo novamente acabou empatado em 1 a 1, indo para as penalidades máximas, o Braga acabou eliminado pelo placar de 7 a 6. No ano seguinte, o adversário do Bragantino foi o Botafogo/RJ que venceu as duas partidas e acabou eliminando o time do interior paulista da competição
internacional. Em 1996, o time disputou sua terceira Copa Conmebol e na primeira rodada acabou por eliminar o Palmeiras, 5 a 1 para o Massa Bruta no primeiro jogo e 3 a 0 para os alviverdes na segunda partida, o próximo adversário foi o Independiente Santa Fé da Colômbia acabando por derrotar o Bragantino em seus domínios por 1 a 0 e empatando em 0 a 0 no Marcelo Stefani, vindo assim a eliminar o Braga da competição.
No ano de 1995 o time fez um bom Campeonato Brasileiro e terminou a competição em sexto lugar. Mas, a outra metade do ano não foi boa para o Bragantino e o time acabou caindo para a Segunda Divisão do Paulista. Já em 96, o Massa Bruta foi rebaixado com o Fluminense pelo Brasileiro, mas a CBF acabou anulando a queda dos dois e estes permaneceram na elite do Nacional.
No ano seguinte, o Braga acabou escapando do rebaixamento pelos critérios de desempate. Em 1998, o Bragantino fez uma campanha irregular no Brasileiro e acabou rebaixado para Segunda Divisão, onde permaneceu por mais quatro anos e acabou caindo para a Terceira Divisão em 2002.
Dos anos de 2002 a 2004, não foram muito bons para o Braga. Mas, em 2005, sob o comando do presidente Marco Antônio Abi Chedid que permanece no cargo até hoje, ele montou uma equipe formada por atletas jovens e trouxe como treinador o tão desconhecido Marcelo Veiga advindo do Matonense, o Bragantino garantiu o acesso diante do Juventus na Rua Javari e voltou à elite do Campeonato Paulista.
Em 2006, o Braga disputou a Copa Federação Paulista e chegou à final diante da Ferroviária de Araraquara, ficando com o Vice-Campeonato e a vaga na Copa do Brasil, alguns dias depois falecia o presidente de honra e vicepresidente da CBF Nabi Abi Chedid. Em 2007, o Massa Bruta realizou uma excelente campanha no Paulistão e acabou na quarta colocação sendo eliminado pelo Santos nas semifinais. Nesta competição alguns jogadores chamaram a atenção do Corinthians e foram contratados: o goleiro Felipe, os zagueiros Zelão e Kadu, o volante Moradei e o meia Everton Santos.
No segundo semestre, a base do time foi mantida e o Bragantino sagrouse Campeão do Brasileiro da Série C! Diante do ABC/RN no estádio Frasqueirão em Natal, mesmo sendo derrotado por 2 a 1. Com este título, o Braga conquistou o acesso à Série B do Brasileiro! Em 2008, o Braga fez uma boa campanha na Série B e acabou em sétimo lugar com 57 pontos ganhos ficando a quatro pontos do acesso.
Os anos de 2009 e 2010 foram bons para o Massa Bruta que acabou revelando mais jogadores que deixaram o clube: o lateral direito Diego Macedo (Atlético Mineiro), o volante Paulinho (Corinthians/SP), o colante Somália (Botafogo/RJ), o meia Danilo Bueno (Turquia) e o atacante Bill (Corinthians/SP).
No Paulistão, o Bragantino fazia campanhas modestas para se manter na elite do futebol paulista. Em 2011, o time escapou do rebaixamento na penúltima rodada da competição, em contrapartida, fez mais uma vez um bom campeonato na Série B e chegou com chances de acesso, mas, uma derrota em casa diante do ASA/AL tirou as chances matemáticas reduzidas e o time acabou a competição em sexto lugar com 58 pontos ganhos.
Nos anos seguintes de 2012 a 2014, o Bragantino não fez boas campanhas pela Série B do Brasileiro tendo ficado nas seguintes posições: 14º (2012); 12º (2013) e 16º (2014) escapando do rebaixamento na última rodada diante do ABC/RN onde venceu por 2 a 0. No primeiro semestre pelo Paulistão, com o sistema de disputa modificado, o Massa Bruta acabou na segunda colocação de seu grupo na primeira fase e classificou para enfrentar o primeiro colocado que era o Palmeiras, o Braga acabou derrotado em partida única por 2 a 0 e eliminado da competição.
Vale frisar que em 2008 pela boa campanha no Paulistão, o Bragantino disputou a Copa do Brasil e a partir de 2013 pelos critérios do ranking da CBF. O melhor resultado da equipe foi em 2014, quando eliminou respectivamente: Lajeadense, Figueirense e São Paulo, chegando as oitavas de final diante do Corinthians, vencendo a primeira partida por 1 a 0 e sendo derrotado no jogo de volta por 3 a 1.
Em 2015 o Bragantino acabou rebaixado para a Série A2 do Paulista. Já, na Série B do Brasileiro, o Braga fez uma campanha excelente entrando no G4 da competição, mas, uma derrota para o Ceará tirou as chances de acesso do time e mais uma vez, o Bragantino terminou em sexto colocado com 60 pontos ganhos.
Em 2016, o Braga disputou a Série A2 do Paulista, fez uma boa campanha e acabou na segunda colocação, classificando assim para as quartas de final diante do Batatais. Decidindo nas penalidades, o Massa Bruta acabou sendo eliminado e não conquistando o tão sonhado acesso. No mesmo ano, acabou sendo rebaixado para a Série C do Brasileiro.
No ano seguinte, com o objetivo traçado para conquistar o acesso à elite do futebol paulista, o presidente Marco Chedid montou um elenco com jogadores conhecidos e jovens promessas e sob o comando do ídolo dos anos 90 Alberto Félix, o Massa Bruta terminou em quarto lugar na fase de grupos, seu próximo adversário foi o Água Santa. A primeira partida aconteceu no dia 29 de Abril no Estádio Nabi Abi Chedid e o Braga venceu pelo placar de 1 a 0 com um golaço de falta cobrada pelo zagueiro Gilberto, dando assim a vantagem do empate para a segunda partida da semifinal. No dia 2 de Maio aconteceu o jogo de volta em Diadema no Distrital do Inamar, o time do Água Santa acabou vencendo no tempo regulamentar por 1 a 0, levando a decisão para os pênaltis, e o Massa Bruta venceu pelo placar de 5 a 3, avançando assim para a final da Série A2 e conquistando o acesso para a Primeira Divisão do Paulista!
Na final, em jogo único, o Bragantino foi derrotado pelo São Caetano no Estádio Anacleto Campanella pelo placar de 2 a 1, ficando com o ViceCampeonato.
Após conquistar o acesso, o Braga disputou a Série C do Brasileiro, não fez uma campanha regular, perdendo vários pontos nos jogos em casa, teve a saída do técnico Alberto Félix no decorrer da competição, dando lugar a Roberto Fonseca. E nas últimas rodadas o técnico que mais comandou o Massa Bruta estava de volta, Marcelo Veiga. Que veio com o objetivo de livrar o Bragantino do rebaixamento e fazendo boas partidas, venceu o Tupi/MG por 3 a 2 na última rodada em Juiz de Fora/MG e se manteve na terceira divisão do Nacional.
Em 2018, o Bragantino está de volta à elite do Paulista; um dos campeonatos mais disputados do Brasil, estando no grupo de Corinthians, Linense e Ituano. Além do Paulistão, o Braga disputará a Copa do Brasil tendo como 33ª colocação no ranking da CBF e o Campeonato Brasileiro da Série C.
Títulos:
- Campeonato Brasileiro Série C 2007
- Torneio Início Paulista 1991
- Campeonato Paulista 1990
- Campeonato Brasileiro Série B 1989
- Campeonato Paulista Série A2 1988
- Campeonato Paulista Segunda Divisão 1979
- Campeonato Paulista Série A2 1965
- Vice-Campeão Copa FPF 2006
- Vice-Campeão Campeonato Brasileiro 1991
Texto: Tatiana Rodrigues
Revisão: Rafael Moreira (Assessoria de Imprensa)